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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Mensagem Espírita

Não há progresso possível
sem observação atenta de nós mesmos.
Necessário vigiar todos os nossos atos impulsivos
para chegarmos a saber em que sentido
de­vemos dirigir nossos esforços para nos aperfeiçoarmos.
Primeiramente,
regular a vida física,
reduzir as exigên­cias materiais ao necessário,
a fim de garantir a saúde do corpo,
instrumento indispensável
para o desempenho de nosso papel terrestre.
Depois disciplinar as impres­sões,
as emoções,
exercitando-nos em dominó-las,
em utili­zá-las como agentes de nosso aperfeiçoamento moral;
aprender principalmente a esquecer,
a fazer o sacrifício do "eu",
a desprender-nos de todo o sentimento de egoís­mo.
A verdadeira felicidade neste mundo
está na pro­porção do esquecimento próprio.
Não basta crer e saber,
é necessário viver nossa crença,
isto é,
fazer penetrar na prática diária da vida
os princípios superiores que adotamos;
é necessário habi­tuarmo-nos a comungar pelo pensamento
e pelo coração
com os Espíritos eminentes que foram os reveladores,
com todas as almas de escolas
que serviram de guias à Huma­nidade,
viver com eles numa intimidade cotidiana,
inspi­rar-nos em suas vistas
e sentir sua influência pela per­cepção íntima
que nossas relações com o mundo invisível desenvolvem.
Entre estas grandes almas
é bom escolher uma como exemplo,
a mais digna de nossa admiração e,
em todas as circunstâncias difíceis,
em todos os casos em que nossa consciência
oscila entre dois partidos a tomar,
inquirir­mos o que ela teria resolvido e procedermos no mesmo sentido.
Assim, pouco a pouco,
iremos construindo,
de acordo com esse modelo,
um ideal moral que se refletirá em todos os nossos atos.
Todo homem,
na humilde realidade de cada dia,
pode ir modelando uma consciência sublime.
A obra é vagarosa e difícil,
mas,
por isso,
são-nos dados os séculos.
Concentremos, pois,
muitas vezes,
nossos pensamen­tos, para dirigi-los,
pela vontade, em direção ao ideal sonhado.
Meditemos nele todos os dias, à hora certa,
de preferência pela manhã,
quando tudo está sossegado e repousa ainda em roda de nós,
nesse momento a que o poeta chama "a hora divina",
quando a Natureza,
fresca e descansada,
acorda para as claridades do dia.
Nas horas matinais, a alma,
pela oração e pela me­ditação,
eleva-se com mais fácil impulso até às alturas
donde se vê e compreende que tudo
- a vida, os atos, os pensamentos
- está ligado a alguma coisa grande e eterna
e que habitamos um mundo em que potências invisíveis
vivem e trabalham conosco.
Na vida mais sim­ples,
na tarefa mais modesta,
na existência mais apagada,
mostram-se, então,
faces profundas,
uma reserva de ideal, fontes possíveis de beleza.
Cada alma pode criar com seus pensamentos
uma atmosfera espiritual tão bela,
tão resplandecente,
como nas paisagens mais encantadoras;
e, na morada mais mesquinha,
no mais miserável tugúrio,
há frestas para Deus e para o Infinito!

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