Os olhos foram feitos para ver coisas insólitas.
Fez-se a alma para gozar da alegria e do prazer.
O coração foi destinado a embriagar-se
na beleza do amigo
ou na aflição da ausência.
A meta do amor é voar até o firmamento.
A do intelecto,
desvendar as leis e o mundo.
Para além das causas estão os mistérios,
as maravilhas.
Os olhos ficarão cegos quando virem que,
todas as coisas são apenas meios para o saber.
O amante,
difamado neste mundo
por uma centena de acusações,
receberá no momento da união
cem títulos e nomes.
Peregrinar nas areias do deserto
nos exige suportar,
beber leite de camelo,
ser pilhados por beduínos.
Apaixonado,
o peregrino beija a pedra negra
ansioso por sentir mais uma vez,
o toque dos lábios do amigo,
e degustar como antes o seu beijo.
Oh alma!,
não cunhe as moedas com o ouro das palavras.
O buscador
é aquele que vai à própria mina de ouro.
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