SEJA UM SEGUIDOR MEU

VENHAM PARTICIPAR DO MEU CANTINHO, E SEJA UM SEGUIDOR MEU, AQUI VOCÊ VAI ENCONTRAR UM POUQUINHO DE CADA TEMA.

SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA MIM.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Regredindo no Tempo e no Espaço



Dissemos, paginás atrás, ter sido ANASTÁCIA
alforriada depois de morta.
E isto, de fato aconteceu.

*****

Chegam e passam, ainda no início de nossa vida
como brasileiro, os anos de 1775 e 1871.
Aparecem os inesquecíveis vultos do Barão do
Rio Branco, de Euzébio de Queiroz e do Barão
de Cotegipe - os primeiros benfeitores dos nos-
sos escravos. Aparece, em inflamados discur-
sos, o grande José do Patrocínio, o imortal
Antônio de Castro Alves e, ao lado deles (do que
muito nos orgulhamos), o então estudante de
medicina Antônio Alves Teixeira Júnior,
nosso avô.
Foram então promulgados as Leis do Ventre Livre
e dos Sexagenários. Pela primeira delas, passaram
a ser livres todos os filhos que nascessem da mu-
lher escrava e, pela segunda, todos os escravos - ho-
mens ou mulheres - que tivessem já ou que comple-
tassem, daí em diante, sessenta anos de idade.
O tempo, implacável, continua passando.
D.Pedro II, nosso segundo Imperador se encontrava
na Europa e, em seu lugar, assumindo as rédeas do
Governo, ficara a Princesa Izabel, sua filha. Raia ,
então, o ano de 1888 e, mais exatamente, o
DIA 13 DE MAIO daquele ano.
Muito embora o Barão de Cotegipe a tivesse observa-
do que, assinando, como logo depois assinou, a chama-
da LEI ÁUREA, para sempre acabava com a escravi-
dão no Brasil, ou seja, abolia, para sempre, em nossa
terra a ESCRAVIDÃO NEGRA.
Estava, assim, terminado o suplício dos nossos irmãos
negros, tão humanos como nós outros - os
NEGROS AFRICANOS aqui vivendo até então,
como escravos.

*****

Por tão humanitário gesto, coube à PRINCESA IZABEL,
o nome de A REDENTORA.
Iniciara-se desta forma, um novo e esperançoso BRASIL,
um BRASIL de homens capazes, como bem o têm de -
monstrado, de conduzir o barco de nossa PÁTRIA.

*****

Por oportuno, embora disso não nos tivéssemos esqueci-
do, aqui iremos falar de uma outra espécie pela qual pas-
saram os pobres negros africanos.
Vejamo-lo, portanto.

*****

Ainda sob o regime escravagista, eram os nossos irmãos
negros, por parte dos senhores de escravos, dos seus
feitores e, também, por parte dos Jesuítas que aqui
viviam, a seguirem, letra por letra, a famigerada LEI
DO CRÊ OU MORRE, isto é, CRÊ NO DEUS CATÓLICO
OU, SE O NÃO FIZERES, MORRERÁS.

*****

O que poderiam então fazer os pobres infelizes?

*****

Mas, justo pelo próprio Deus que lhes era apresentado
tão impiedoso, iluminou-se-lhe a inteligência
e, assim...

*****

Nos seus "PEGIS" (altares), na parte de baixo e fechados
com tramelas, mantinham eles os seus ORIXÁS, ou seja,
os seus MAIORES ESPIRITUAIS e, na de cima, enfeita-
dos, encontravam-se as imagens dos
Santos Católicos.

*****

Quando sozinhos, nas senzalas, dirigiam eles aos seus
XANGÔS, aos seus OXÓSSIS, às suas INHAÇÃS, às
suas OXUNS, à sua NANAMBURUQUÊ ou
BURUCU pedindo-lhes, com firme e inabalável Fé, o de
que necessitavam. Mas, quando em presença dos Se -
nhores, dos Feitores e, mais ainda, dos Padres Católicos,
dirigiam-se a esses novos Santos (os EGUNS CATÓLI -
COS), pedindo-lhes também o de que necessitavam, mas
ao fazê-lo, pensavam, ou melhor, mentalizavam os seus
próprios Mentores Espirituais que, em sua crença, eram
representados por grotescos bonequinhos de
barro ou de madeira.
E assim, até que viram raiar a luz de sua total e definitiva
libertação, puderam eles ir vivendo.