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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Scrap do meu amigo Divino







SUSPIRO



 
Porque suspiras? indagam
Os que me ouvem suspirar.
São saudades que em mim vagam,
Que não as posso olvidar.
 
São esperanças perdidas
Que nos suspiros se vão,
São incertezas colhidas,
No fundo do coração.
 
São alegrias passadas
Que emigram quais andorinhas
São ilusões recordadas,
Por mal das saudades minhas.
 
Os meus suspiros revelam
Os sonhos que idealizei,
Que dentro em mim se regelam,
Porque sonhar já não sei.
 
Um longo suspiro acalma
A angústia de minhas dores;
Se desprende de minh'alma
Como o perfume das flores.
 
A falta dum bem ausente
Somente o suspiro exprime,
Porque nele está latente
A angústia que nos oprime.
 
Quando nossa alma reclama
O afago da mulher querida,
O nome de quem se ama,
Soa como o sino da ermida.
 
Num suspiro entrecortado,
Vibra a dor do ideal desfeito,
É um gemido disfarçado
Que vem do fundo do peito.
 
Num breve ai imperceptível
Freme um oceano de dor;
Suspiro, apelo invisível
Que não ouve o meu amor.
 
Vós, que provais, no retiro
Da saudade, a solidão,
Deixai partir, num suspiro, 
As dores do coração.
 
a) Divino (O Poeta Sertanejo)
31/12/2011 - 03h45m

QUEBRANTU DI CABÔCA



Óia, num sei pruqê,
Cabôca dus meu pecadu,
Quandu meus zóiu ti vê,
Ficu meiu amalucadu.
Minina, eu ti agarantu,
Qui dispois qui vancê mi oiô,
Tô sofrendu di quebrantu,
Qui us teu zóiu mi botô!
 
Essis teus zóiu azú,
Curpadus du meu disgostu,
É tali quá dois sanhaçu,
Na gaiola du teu rostu,
Ára! si vancê mi quizessi,
Cabôca, eu ti robava,
Déssi issu nu qui déssi,
Di mim ninguém ti tomava!
 
Cabôca, eu ti botava,
Num ranchim di sapé,
Eu i ocê, nóis dois morava
Iguarzin maridu i muié!. . .
Meu dengu, eu ti comprava,
Muintus vistidu di chita,
Vancê custurava i infeitava
Cum muintus laçu di fita!
 
I eu ti comprava oriza,
Prá vancê botá nus cabelu,
Nus vistidu, nas camisa. . .
Cabôca, qui dismantêlu!
I vancê, cherosa anssim,
Quantus chèru eu não li dava?
Cabôca, eu tenhu prá mim,
Qui cheranu eu li bejava!
 
Sabi, nóis dois passiava,
Nas istrada du sertão,
Eu i vancê, nóis dois sambava,
Im tôda festa i função
Ai, si argum sujeitu,
Li falassi arguma gracinha,
Levava uns murru nus peitu,
Li quebrava a cara todinha!
 
Minha facera, nóis iscuitava,
Dus vaqueru u tristi abôiu,
Na rêdi, nóis balançava,
Vancê mi catava us piôio. . .
I eu, mei deitadinhu,
Puntiandu na minha viola,
Contemprava us teu peitinhu,
Nas renda da camisola. . .
 
Mais si di mim vancê duvida,
Cabôca, du qui eu li digu,
Dá um jeitu im sua vida,
I vem morá aqui cumigu. . .
Minha minina, inxuga essi prantu,
Qui us meu zóiu orvaiô,
Cabôca, tira u quebrantu,
Qui us teu zóiu mi botô!!!
 
a) Divino  (O Poeta Sertanejo)
03/01/2012