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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Uma carícia



Ter ou não Ter namorado
eis a questão:


Quem não tem namorado
é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo,
namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de advinhação pela saliva,
lágrima nuvem, quindim,
brisa ou filosofia.
Paquera, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil.
Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito,
mas ser aquele a quem se quer proteger,
quando se chega ao lado dele a gente sua frio,
treme e quase desmaia pedindo proteção.
A proteção não precisa não precisa ser parruda,
decidida ou bandoleira.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor,
é quem não sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes, dois paqueras,
um envolvimento e dois amantes,
mesmo assim pode não
ter um namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva,
cinema, sessão das duas, medo do pai,
sanduiche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho,
quem se acaricia com vontade de virar sorvete
ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado,
quem faz pactos de arenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos com a felicidade
ainda que rápida escondida,
fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor das mãos dadas,
do carinho escondido na hora do filme,
de flor catada no muro e entregue de repente,
da poesia de Fernando Pessoa,
Vinicius de Moraes ou Chico Buarque,
lida bem devagar,
da gargalhada quando fala junto
ou descobre a meia rasgada da ânsia enorme
de viajar junto para a Escócia cavalo alado,
tapete mágico ou foguete planetário.
Não tem namorado quem gosta de dormir agarrado,
fazer sexta abraçado, fazer compras juntos.
Não tem namorado quem não gosta
de falar do próprio amor,
nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro
dentro dos olhos dele,
abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança
própria e a do próprio amado e sai com ela para parques,
fliperamas, beira d`agua, show de Milton Nascimento,
bosques enluarados,
ruas de sonhos ou musical da metrô.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele,
quem não dedica livros,
quem não recorta artigos,
quem não se chateia com o fato
de seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar,
quem gosta sem curtir, quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto
de ser lembrado de repente no fim de semana,
na madrugada ou meio dia de sol.
Em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar,
quem namora sem brincar,
quem vive cheio de obrigações,
quem sai cedo sem esperar o outro ir
junto com ele.
Não tem namorado quem confunde a solidão,
com ficar sozinho,
quem não ri mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado
é porque ainda não descobriu que o amor
é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medos.
Ponha a saia (calça) mais leve,
aquela de chita e passei de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas de ternuras
e escove a alma com leves fricções de esperança,
de alma escovada e coração escovado,
saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui
e sorria lírios para quem passe embaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos
e beba licor de conto de fadas,
ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta
e do céu descesse
e uma névoa de borboletas cada qual fazendo
uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado
é porque ainda não enloqueceu aquele pouquinho necessário
a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Enlou Cresça!

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