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terça-feira, 13 de abril de 2010

JOTA SOARES (MEU TIO QUERIDO)





Retratar o histórico de Jota Soares
é trazer de volta as raízes culturais da época do cinema mudo.
As dificuldades e o amor pela sétima arte
encantaram vários jovens que produziam e contracenavam.
Jota Soares,
um dos precursores do cinema pernambucano,
fez parte do cenário de luta e entusiasmo da dramaturgia,
que esteve presente no Ciclo do Recife,
primeira fase do cinema pernambucano.
Nascido em 1906, na cidade de Propiá, Sergipe,
o cineasta desde criança teve influência e vivência do cinema
a partir do pioneirismo do seu pai
– José da Silva Soares -
que foi obrigado a fechar sua sala de reprodução
devido às perseguições dos filmes proibidos.
Mesmo assim, a presença assídua de Jota
nas salas de reprodução foi essencial
para aprimorar e abrilhantar seus conhecimentos.
Sua vinda para a capital pernambucana foi ocasional;
entretanto,
Jota Soares logo se deparou
com o entusiasmo dos cineastas da primeira produtora local,
a Aurora Filme.
Aos 18 anos, o futuro cineasta
já traçava seu perfil de interesse e paixão pela dramaturgia.
Seu ingresso ao cinema se deu
a partir da produção cinematográfica do filme “Retribuição”,
quando Gentil Roiz e Édson Chagas
gravavam as cenas no bairro do Pina
e Jota se ofereceu para ajudar na produção.
Desde então, ele começou a construir seu nome
na história cinematográfica da década de 20.
A partir daí, sucessivas produções foram feitas,
no entanto, uma com destaque especial:
“A Filha do Advogado”
que contou com a dramatização e direção
de Jota Soares aos 20 anos de idade.
Paralelamente às produções,
o cineasta trabalhava como vendedor e como músico,
tocava cavaquinho nos blocos carnavalescos
e piano nos cabarés da cidade.
Entre os anos de 1925 e 1931,
Jota respirou o cinema no Recife,
alimentando uma paixão infantil
de fazer a mesma coisa que seus ídolos faziam.
A partir da década de 30,
com a produção sonora norte-americana,
os filmes locais perderam espaço.
Mesmo com o advento do filme falado,
Jota Soares lutou para vencer o desafio
das produtoras americanas.
Ele chegou a sonorizar ao vivo seus filmes,
levando para a cabine vitrola e discos,
fazendo de tudo para que os espectadores considerassem
que o que era produzido no Recife,
de alguma forma, também podia falar.
Mas, não foi o suficiente para manter a produção local.
Com a derrocada cinematográfica local,
Jota Soares foi para a Bahia trabalhar com seu pai,
retornando apenas em 1950,
sendo contratado
como chefe do departamento comercial do Jornal Pequeno.
Ele foi comentarista da Rádio Clube Capibaribe
e escreveu durante 59 semanas artigos
para o Diario de Pernambuco sobre o Ciclo do Recife.
A repercussão da série de artigos foi pequena,
mas o suficiente para fazer com que ele imaginasse
a possibilidade de publicar um livro sobre o Ciclo do Recife,
projeto que jamais se concretizou.
Em 1988, o cineasta sofreu um derrame cerebral,
vindo a falecer após 15 dias de internação,
deixando um legado indiscutivelmente incalculável.
É notória a contribuição que Jota Soares deixou
para a cultura pernambucana, no rádio,
no cinema e no jornal impresso.
Sua luta e paixão pelo esporte e pela dramaturgia.




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