SEJA UM SEGUIDOR MEU

VENHAM PARTICIPAR DO MEU CANTINHO, E SEJA UM SEGUIDOR MEU, AQUI VOCÊ VAI ENCONTRAR UM POUQUINHO DE CADA TEMA.

SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA MIM.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O Direito de Ser Jovem



REFLEXÃO INICIAL


2º PARTE


A liberdade ficou muito pobre neste país.
É uma calça estrangeira
ou brasileira com patente de multinacional;
é um cigarro que conquista mulheres
e homens;
é uma bebida; é uma cena erótica;
é um modismo;
é um novo par de chinelos ou sandálias;
é um perfume que torna o outro
um objeto em questão de momentos...
A piada vira realidade
em poucos dias e semanas.
Suas maiores vítimas
acabam sendo os jovens.
Os que mais deviam questionar
a robotização do ser humano
são hoje os mais rabotizados.
Poucos jovens escapam à grande máquina
de fazer robôs e andróides.
Uma geração inteira,
com raríssimas exceções,
não está tendo mais o direito de ser jovem.
Cedo, muito cedo,
passam da adolescência dos seus
treze ou quinze anos
para uma visão por demais adulta do corpo,
de mente, do sexo, do prazer e das coisas.
Dissecam tão depressa o mistério
de ser homem ou mulher que, depois,
decepcionados, perguntam se felicidade,
amor e sexo é só isso que viram...
Dedico este livro àquele pequeno e
ruidoso grupo de
quinze rapazes e meninas,
todos entre 14 e 20 anos,
que um dia, numa fazenda,
bem à minha frente beberam
até perder a postura, fumavam
erva maldita, falaram das suas transas,
disseram achar natural que uma
garota de quinze anos,
grávida do seu cara de dezessete,
tivesse abortado uma criança
que iria lhe atrapalhar a vida...
E, por fim, me jogaram na cara
que a opinião dos adultos,
e muito mais ainda a opinião da Igreja,
pouco lhes interessa
porque eles são uma geração
sem medo e sem neurose...
E eu acho que uma geração para quem
erotismo virou brincadeira
de fim de semana,
droga virou alimento quotidiano,
sexo perdeu o mistério,
violência passou a ser parte da paisagem,
corpo virou coisa que se mostra
de qualquer jeito, e política,
religião, antropologia e coisas
jaez não passam de chatice;
eu acho que tal geração está
muito mais dentro ou próximo da neurose
do que todas as que a precederam.
Não obstante, acredito nos jovens.
Não teria escrito estas páginas
e estaria fazendo média com eles
para poder conquistar seus elogios
se não acreditasse na verdade deles.
No fundo, eles sabem melhor do que eu
que alguma coisa muito importante
lhes foi negada:
o direito de ser jovens.
O direito de não passar da infância
para a velhice sem primeiro
ser adolescente e jovem...
Tentarei explicar esse direito
nos textos seguintes.

Nenhum comentário: