Um dia os discípulos de Jesus se voltaram para Ele
e lhe exprimiram o mais simples,
mais profundo e mais humano desejo:
"Senhor, ensina-nos a rezar"
Ensinou-lhes o Pai Nosso.
Os discípulos, naquele momento, foram
a expressão de um movimento constante e contínuo
de gente que se volta para Deus
em busca de socorro.
De maneiras diferentes, cada um, porém,
a seu modo exterioriza a mesma necessidade.
Uns gritam e esbravejam como o Jó da Bíblia;
outros balbuciam apenas;
outros levantam os braços em direção Àquele
que os pode ajudar;
outros se recolhem em si mesmos e,
como a suavidade da aragem,
tentam com movimentos lentos e seguros
encontrar-se com o Infinito.
Há quem, como o fariseu da parábola,
faça da oração um hino de louvor próprio
e há também aquele que, como o publicano,
se torne a personificação da própria
humildade orante.
Em todos, porém,
há em comum a necessidade de encontrar
um ponto de apoio no grande Deus
para que a própria vida, em sua limitação,
seja menos áspera.
As orações deste vade-mécum são,
sem sombra de dúvida,
a expressão de uma busca generosa e amorosa
de Deus e, ao mesmo tempo,
a revelação da necessidade que o ser humano
sente em se libertar de seus limites mais
angustiantes da vida.
Encontramos nelas a alma simples de um povo
que sonha com o mundo novo do Cristo,
onde não mais haverá "nem luto,
nem pranto, nem fadiga"
Existe nelas uma vontade imensa de entrar
em comunhão com o projeto do Pai do Céu,
mas ainda experimentam a angústia de sua
impotência frente aos problemas do cotidiano.
Daí ser sua oração a mais generosa e simples
tanto na ação de graças como na petição.
Mas em tudo será sempre a expressão
do humano em busca de Deus.
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(Fr. Orlando Bernardi)
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