CANTO INTEGRAL DO AMOR
Cegos os olhos,
continuarias de qualquer forma,
presente.
Surdos os ouvidos,
e tua voz seria ainda a minha música,
e eu mudo, ainda assim,
seriam tuas as minhas palavras.
Sem pés,
te alcançaria
a arrastar-me como as águas.
Sem braços,
te envolveria invisível,
como a aragem,
sem sentidos,
te sentiria recolhida ao coração
como o rumor do oceano
nas grutas e nas conchas.
Sem coração,
circularias como a cor em meu sangue,
e sem corpo,
estarias nas formas do pensamento
como o perfume no ar.
E eu morto, ainda assim
por certo te encontrarias
no arbusto que tivesse
suas raizes em meu ser,
- e a flor que desabrochasse
murmuraria teu nome.
(J G de Araujo Jorge)
Cegos os olhos,
continuarias de qualquer forma,
presente.
Surdos os ouvidos,
e tua voz seria ainda a minha música,
e eu mudo, ainda assim,
seriam tuas as minhas palavras.
Sem pés,
te alcançaria
a arrastar-me como as águas.
Sem braços,
te envolveria invisível,
como a aragem,
sem sentidos,
te sentiria recolhida ao coração
como o rumor do oceano
nas grutas e nas conchas.
Sem coração,
circularias como a cor em meu sangue,
e sem corpo,
estarias nas formas do pensamento
como o perfume no ar.
E eu morto, ainda assim
por certo te encontrarias
no arbusto que tivesse
suas raizes em meu ser,
- e a flor que desabrochasse
murmuraria teu nome.
(J G de Araujo Jorge)
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