O TEMPO
O Vento assoviava alegremente uma linda canção.
As palavras dançavam ao ritmo da música
e pareciam flutuar ao sopro do Vento.
Quando percebia
que alguma das palavras se desequilibrava e quase caía,
o Vento soprava com mais força,
tão distraídas as palavras ficavam,
ao serem embaladas naquele ritmo contagiante.
Por onde o Vento passava,
ouviam-se as canções que ele sempre carregava consigo.
Muitas vezes,
não eram só canções que ele transportava,
mas sim,
algumas palavras que soavam perdidas
e que só eram ouvidas por quem as conseguia interpretar.
E o Tempo,
que estava sempre atento,
sabia muito bem disso.
Por mais que o Tempo demorasse a passar
(muitas vezes ele parecia não ter pressa nenhuma),
ele tinha conhecimento
de todas as palavras que eram sussurradas pelo Vento,
mesmo aquelas que poucos conseguiam ouvir.
Quando o Vento estava distraído,
uma dessas palavras ele trazia de volta,
pois não sabia a quem as entregar.
Só o Tempo,
que era muito observador,
conseguia interpretar.
Essa Palavra que parecia não fazer nenhum sentido,
se encaixava perfeitamente
no quebra-cabeça montado pelo Tempo.
Era só uma questão de tempo e o Tempo,
que era o Senhor do Universo,
estava sempre atento,
pois dependia dele,
encaixar a Palavra certa,
no tempo certo
e dar a ela o seu verdadeiro significado.
Desconheço o Autor
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